A Constituição Brasileira define que o Poder Legislativo tenha um recesso de 22 de dezembro a 2 de fevereiro. Se o dia 22 cai num fim de semana, como é o caso, a última sessão deve ocorrer no primeiro dia útil subseqüente, ou seja, na véspera de Natal. Da mesma forma, o início da próxima sessão legislativa, previsto para o dia 2 de fevereiro, um sábado, será adiado para o dia 6, uma quarta-feira de cinzas, logo depois do Carnaval, naquela semana que fatalmente será enforcada
O próprio presidente do Senado Federal, Garibaldi Alves (PMDB-RN), que está há apenas oito dias no cargo, adiantou aos jornalistas de plantão que não deve comparecer à sessão plenária de segunda-feira. “Espero que a imprensa compreenda que não seria fácil nem agradável trazer aqui senadores na véspera do Natal. O que as famílias de vocês diriam se vocês fossem obrigados a ficar aqui na véspera, caso vocês morem longe como nós?”, observou.
O enforcamento da sexta-feira não é novo no Congresso Nacional. Os parlamentares também costumam faltar às segundas-feiras, ou seja, o futuro do país no Poder Legislativo, com debates, reuniões, votações e todas as outras importantes atividades, só é decido em três dias da semana. Os outros quatro são reservados para um denso trabalho de reflexão e estudo sobre os melhores caminhos para o desenvolvimento do Brasil.
O benefício mais justo, no entanto, é o recebimento do 14º e do 15º salários por todos os deputados e senadores. Nada melhor que remunerar um grupo restrito de pessoas, que defendem a pátria acima de tudo, com dois salários a mais que todos os cerca de 180 milhões de brasileiros. Este blog deseja a todos os parlamentares, que neste fim de ano estão com o bolso cheio de dinheiro público, muita paz na consciência e bom retorno do recesso depois do Carnaval.