
terça-feira, 27 de novembro de 2007
Garoto-propaganda paga doações de campanha

Angeli e o humor anárquico urbano

Em tempo, dando sequência às homenagens a grandes cartunistas brasileiros, este blog fala hoje do genial Angeli. Paulista nascido em 1956, ele começou a desenhar aos 14 anos na revista Senhor. Em 1973, foi contratado pela Folha de São Paulo, onde continua até hoje. Angeli criou diversos personagens famosos por seu humor anárquico e urbano. Entre eles, destacam-se Rê Bordosa, os Skrotinhos, Wood & Stock, Bibelô, Walter Ego, Osgarmo, Los Três Amigos e o punk Bob Cuspe.
Lançou em 1983, a revista Chiclete com Banana, publicação de quadrinhos adultos que foi um grande sucesso editorial. Angeli já teve tirinhas publicadas na Alemanha, França, Itália, Espanha, Argentina e Potugal, onde foi muito bem aceito pela crítica. Trabalhou na Rede Globo, como redator do programa infantil TV Colosso e produziu, em 2006, um filme de animação chamado Sexo, Orégano e Rock'n'Roll, dirigido por Otto Guerra.

terça-feira, 20 de novembro de 2007
Primeira-dama pode ser candidata na sucessão

Por esta ela não esperava. Nem o povo brasileiro. Mas, já que virou moda no mundo, a atual primeira-dama, Marisa Letícia, pode se tornar candidata à sucessão presidencial em 2010. A idéia foi da comadre Cristina Kirchner, nova chefe de Estado da Argentina, que esteve no Brasil nesta semana. A hermana foi eleita para assumir o poder no lugar do marido Nestor Kirchner. Depois de dois mandatos e a falta de um nome petista para suceder Lula, Dona Marisa parece ser a solução para todos os problemas dos companheiros.
Os potenciais candidatos Dirceu e Palocci se queimaram em esquemas de corrupção, Dilma não tem sal e Ciro Gomes, apesar de compor a base aliada, não é um vermelho. Não sobrou ninguém para contar história. Até que veio Cristina e fez a primeira-dama brasileira se lembrar do tempo em que era militante. Foi ela quem costurou a primeira bandeira do Partido dos Trabalhadores em fevereiro de 1980. Também organizou passeatas com mulheres de sindicalistas e a única vez em que acompanhou Lula nos comícios foi nas eleições de 2002, quando o marido finalmente ganhou.
Política sempre foi assunto para homem. Desde os tempos em que foi inventada na Grécia Antiga, mulheres não eram dignas dessa atividade. Veio a revolução feminista, o direito de voto, a queima dos sutiãs, a entrada no mercado de trabalho. Agora as mulheres descobriram o poder e também querem tirar sua casquinha. A moda vem pegando em vários países do mundo. Além da Argentina, a grande potência Estados Unidos caminha para ter uma presidente mulher. E não é que ela também já foi primeira-dama: Hillary Clinton, esposa de Bill.
A diferença é que duas amigas do estrangeiro são formadas em Direito e foram senadoras antes de concorrer à Presidência. “Não tem problema. Eu mesmo não tenho estudo, nunca fui prefeito, governador ou senador. Só ocupei um cargo de deputado e, mesmo assim, depois de muita insistência, acabei virando presidente”, diria Lula. Se a preparação de Dona Marisa não está em questão, ela teria pelo menos que ser carismática e falar a língua do povo como o marido. Um obstáculo facilmente superado com a ajuda de um bom marketeiro. A rainha da Inglaterra, Elisabeth II, aprovou a decisão.
domingo, 11 de novembro de 2007
Celebridades popularizam a política no Brasil

A bandeirinha e modelo, Ana Paula Oliveira, também pleiteia um cargo de vereadora em São Paulo. A capa de julho da revista Playboy se filiou em outubro ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e disse que vai lutar pelos direitos das mulheres na Câmara Municipal. A moça adiantou ainda que passará a usar o brasão da Revolução Russa estampado em seu instrumento de trabalho no futebol. No Nordeste do país, outra que já expôs as curvas e pretende ser representante do povo é a cantora e atriz pornô Gretchen, que será candidata à prefeita de Itamaracá (PE) pelo PPS.
Muitas revistas de fofoca que fazem a cobertura das futilidades das celebridades já planejam inaugurar editorias de política. O diretor de redação da Contigo, Felix Fassone, relatou que pretende incluir a nova seção entre as partes de moda e novelas. “Vamos colocar os paparazzi em todas as câmaras e assembléias das principais capitais do país. Não podemos perder nenhum flash”, afirmou. “O povo não quer saber o que os famosos defendem na política, mas está interessado nas gafes, roupas e romances envolvidos. Imagina a Ana Paula Oliveira desviando a atenção no plenário com suas curvas”, acrescentou.
Os tradicionais políticos de carreira parecem não se incomodar com a invasão de atores, atletas, apresentadores, dançarinos e músicos. “Depois de Severino Cavalcanti e Roberto Jefferson, não me assusto com mais nada”, diria o deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ). O ainda senador Renan Calheiros (PMDB-AL) demonstrou sinais de ciúme e descontentamento. “Nós, políticos de respeito, já tínhamos poucos espaços positivos na mídia. Agora, a imagem da nossa nobre profissão será manchada e não ganharemos nem uma linha nos jornais. Ficaremos completamente desprestigiados com a entrada dos famosos na política”.
terça-feira, 6 de novembro de 2007
Nani e uma paisagem que poucos vêem
Este blog dá uma pequena pausa na cobertura incansável da política brasileira para uma merecida homenagem ao cartunista Ernani Diniz Lucas, mais conhecido como Nani. Mineiro de Esmeraldas, o autor começou sua carreira em Belo Horizonte em 1971. Passou por grandes jornais e revistas brasileiros, como O Parquim, Playboy e Bundas. Hoje, publica a tirinha Vereda Tropical em vários veículos de imprensa do país.
Nani também já escreveu livros de cartuns e infantis, peças de teatro, roteiros de programas de humor e vinhetas eletrônicas. "O humorista tem que ser plural. Ele não pode ser um especialista em humor setorizado: de política, de futebol, de piadas feministas etc. Ele atira em todas as direções, sempre na contramão, sabendo que, às vezes, é o melhor caminho", ensina o cartunista, que diz nunca ter acordado sem inspiração.
Apesar de estar habituado à realidade multimídia, o autor rejeita programas de computador para criar seus desenhos, prefere rabiscar o papel. Com um humor refinado, Nani usa o cartum para satirizar a situação sócio-político-econômica cotidiana do Brasil. "O humorista é livre como um táxi. Vai onde o freguês quer, mas também mostra a paisagem e os monumentos pro viajante. A paisagem que eu mostro é a que muitos não vêem, não é a oficial", afirma.